A pintura é um ato que considero ser quase incontrolável. Ela pede ações, retrocessos, mudanças. Não consigo descrever o momento que as mudanças acontecem, nem mesmo definir como se dá a evolução do pintor e seu trabalho.
A pintura tem tempo próprio. É isso que me interessa nela, é isso que me fascina.
A reflexão e o silêncio. A pintura é feita de escolhas, seu processo é feito de dúvidas.
A escolha do tema da minha pintura está vinculada `a minha fascinação por esse respiro silencioso que a pintura necessita.
Para mim, o olhar voltado `a paisagem se torna um momento de reflexão, um momento de afinar os sentidos e aguçar a percepção `as pequenas diferenças que vão ocorrendo devido a passagem do tempo e a mudança de clima. O vento me chama a atenção para alguma copa de árvore, e a luz que escapa entre as folhagens; a neblina que cobre a vista e transforma as diferenças tonais. Novas associações são criadas a partir do momento que meu olhar se concentra em cenas aparentemente patéticas, mas que acabam formando todo o processo da minha pintura.
O momento que me dirijo ao atelie é o momento que tento concretizar essas sensações, tento fazer com que elas não sejam efêmeras e se materializem na pintura, em composições, formas cores e matéria. A tinta óleo torna isso possível quando a utilizo sobre o papel, material mais intimista e delicado.
Por ser um terreno sempre desconhecido, repleto de de mistérios, pintar é um ato instigante, envolto de ansiedade e nervosismo, e considero essas as razões para que eu continue pintando, e os motivos para que esse fazer nunca se torne tedioso.
RENATA DE BONIS
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3 comentários:
Lindo trabalho!
legal Rê. vou adicionar o blógue.
Adorei suas telas elas me remetem a um mundo intimista,você é perfeita.
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